quarta-feira, 29 de junho de 2011

Não poderia deixar de falar sobre isto

Muita especulação existe há volta do acidente do Angélico Vieira. Usou ou não usou cinto de segurança, abusou ou não da velocidade, ingeriu ou não qualquer tipo de drogas ou álcool, rebentou um pneu. Tudo se diz, tudo se confirma (supostamente), mas a verdade só ele saberia dizer.
Também já rebentaram dois pneus à minha mãe. Da primeira, como o carro estava com excesso de peso, o carro não se descontrolou e foi abaixo, quase como se ficasse pregado ao chão. Da segunda vez, ela não ia a mais que 40km/h, o pneu rebentou e o carro começou a descontrolar-se. Acontece que o primeiro reflexo que qualquer pessoa tem é mandar o pé ao travão e travar, e segundo consta isso é das piores coisas que podemos fazer. Ela limitou-se a tirar o pé do acelerador e tentar controlar o carro até este parar. E assim não capotou, mas não ganhou para o susto.
Em relação ao cinto de segurança, confesso que me faz uma extrema impressão conduzir sem cinto, parece que não estou pronta para começar a andar, falta-me um passo e dá-me a sensação que o carro não está pronto para andar. As minhas avós têm muita mania de não pôr o cinto, só porque "Ah, a guarda não 'tá na estrada até Santiago" mas a questão não é a guarda. É uma travagem brusca que seja necessário fazer e a segurança que elas têm é zero. Já sabem que quando andam comigo no carro, não o ligo enquanto elas não tiverem o cinto posto.
Em relação ao excesso de velocidade, lembro-me que quando tirei a carta tinha um pé bem pesado, onde devia andar a 50km/h andava a 80, quando devia andar a 90km/h andava a 120, e quando devia andar a 120km/h lembro-me que uma vez já ia a 170. Mas isso era quando eu ainda não tinha visto metade daquilo que as pessoas que conduzem são capazes de fazer, tal como ultrapassar num traço duplo continuo, eu estar a chegar a um cruzamento e um carro atravessar-se completamente à minha frente, e tantas outras coisas que tenho a certeza que toda a gente que conduz observa, sobretudo a falta de civismo das pessoas. Agora, tento respeitar os limites, sobretudo se levar pessoas comigo. Sou mais descuidada quando estou sozinha ao volante. Ponho os meus CD's de drum'n'bass, pé no acelerador e siga. Mas mesmo assim, sou mais contida na velocidade.
Cada vez que pego no carro o meu pai diz-me "Cada vez que pegas no carro sinto um calafrio na espinha, não é por ti que não conduzes mal, é pelos outros que andam por aí".
Sempre disse que não sei lidar com a morte, ninguém me ensinou. Mas sei que a morte deve ser natural, e ninguém merece uma morte que não o seja.
Só posso dizer que ele tenha muita paz. Ele, e o outro rapaz que morreu e que ninguém fala na televisão.
Muita paz, muita tranquilidade...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Coisas boas da vida#1


Can you stay up for the weekend
And blame God for looking too old
Can you find all that you stand for
Has been replaced with mountains of gold
You cannot dream yourself to notice
To feel pain and swallow fear
But can you stay up for the weekend
For next year

God I can't do this any more
Though I'll be laid down on the floor
As many feet walk through the door
I'm not alone

If I see a light flashing
Could this mean I'm coming home
If I see a man waving
Does that mean I'm not alone

If I see a light flashing
Could that mean I'm coming home
If I see a man waving
Does that mean I'm not alone

If I see a light flashing
Could this mean I'm coming home
If I see a man waving
Could this mean I'm not alone

If I see a light flashing
Could this mean I'm coming home
If I see a man waving
Could that mean I'm not alone
I'm not alone - Calvin Harris, cover by Pendulum

segunda-feira, 27 de junho de 2011

sábado, 25 de junho de 2011

Morreste-me

Hoje.
Decidi escrever-te, como quem não quer a coisa, não só porque sim, mas porque há uns bons anos que me morreste. E hoje é um bom dia para te escrever.
Apetecia-me enfiar-me no carro e conduzir até o gasóleo se acabar, e quando se acabasse, iria até o vale mais descoberto que encontrasse e gritaria o teu nome, que há tanto tempo não pronuncio.
(Que eu quero um abraço.)
Não tenho a quem me retornar, nem sequer tenho o direito a fazer lamentações, a culpa foi minha. Morremo-nos tão completamente que o que ficou foi indiferença, inimizade, raiva, confronto, e desculpa... Mas ficou saudade.
Já não olhamos à volta para ver o nome das ruas. Já não sorrimos se nos vemos. Já não choramos nos ombros um do outro, porque já não somos melhores amigos... (Ah e tu foste o melhor que eu tive!) Nem amigos. Nem nada. É isso! Não somos nada.
(Que eu quero só um abraço.)
Somos uma nuvem negra, daquelas para onde vão os inimigos chorar. Mais eu que tu, que tu nem sabes que existo, porque te morri. Às vezes, na noite escura, vejo uma estrela a brilhar e penso que és tu, que te perguntas como estarei eu, que reclamas por já não me protegeres como fizeste durante tantos anos...
Ainda não caí no erro de ir a sítios proibídos, mas garanto-te que já esteve mais longe disso. É assim, eu gosto de cometer erros e o maior foi cometido contigo.
Sabes, eu não quero o que não tens para me dar. Normalmente as pessoas querem tudo o que os outros não lhes podem dar. Mas eu não. Só quero aquilo que me pertence e que dás a tanta gente. Aquilo que foi meu durante anos e que me faz mais falta do que o ar puro a entranhar-se-me nas narinas.
Não contes a ninguém, mas já me fizeste chorar mais agora do que em anos de vida partilhada. E sim! Fico chateada.
(Que eu quero só um abraço, por favor.)
Não vou sair porque às vezes lá estás tu, com o teu ar de menino, fitando quem vai e quem vem, e tenho parte de mim a querer ir, e outra a querer vir. E não posso, por respeito a quem não sabe.
Fico-me por aqui. Não disse nem metade do que sinto, mas não quero estragar-te o dia, que eu sei que falar de mim é quase como falar no Diabo, e a única coisa que eu queria neste momento é saber se estás bem e abraçar-te caso não estivesses, como era habitual.
Morreste-me, e eu não queria.

Mesmo que não possa,
A tua amiga, sempre amiga... 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Às vezes as pessoas fazem figuras tristes...

...sobretudo quando se dirigem a um amigo e dizem - Epá anda aí uma miúda linda linda linda. Tem assim o cabelo encaracolado, tem umas calças castanhas... Quem é que é? Terá namorado? Ao que o pai da rapariga responde - Sei, é minha filha e tem namorado. (importa dizer que o dito cujo não sabia que o amigo era o pai da rapariga).

Oops. (fodeu gerau)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Se há coisa que me custa, mas custa mesmo, é ver resultados de pessoas que no lugar do cérebro têm cáca de galinha, que esperavam que lhe entregassem as respostas das perguntas para começar a escrever qualquer coisinha numa folha, e depois têm grandes notões. Não sei, mas se calhar até nas cuecas têm cábulas. E eu pergunto-me se é assim que tencionam ser bons profissionais de saúde. Não é inveja nem nada desses sentimentos mesquinhas, é uma constatação do que vi com estes olhos que um dia a terra há-de comer.
Preocupei-me tanto em fazer um material, literalmente perfeito, que me esqueci que tinha de estudar um bocadito. O resultado não foi mau, não foi óptimo, foi aceitável. Mas não me satisfaz. Nenhuma nota até agora me deixou satisfeita. Não sei se é burrice, se é o ambiente que se vive por vezes dentro de umas 4 paredes que eu só tenho vontade de apanhar o primeiro expresso e fugir para o meu lar, se é o facto de passar 3 horas e meia dos meus dias em transportes públicos, chegar a casa e não poder ir logo estudar, visto que há outras coisas que também têm que ser feitas. Não sei o que é. Sei que seria mais fácil se vos tivesse perto de mim.
O meu pai diz que vou ser a melhor Terapeuta do mundo e arredores, porque tenho um grande coração e não são as notas que ditam a prática. Sei que ele tem orgulho em mim, porque mo diz todos os fins-de-semana com uma lágrima prestes a cair do seu olho cor de mel, e não preciso que mais ninguém mo diga, não preciso de ser o orgulho de mais ninguém. Basta-me levar para Lisboa, a frase:
- És uma grande mulher. E um abraço.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Não sei, mas gostava de saber

Não sei olhar para um espectograma com umas manchas pretas e ver os sons que lá estão. Não sei mas gostava e devia de saber.
Não sei onde encontrar informação sobre valores relacionados com a pessoa que pede ajuda. Neste momento eu preciso de ajuda!
Não sei onde ir buscar mais ideias para elaborar material para os miúdos. Calminha hein?! Ainda estamos no primeiro ano de quatro que ainda temos pela frente.
Não sei por que raio temos Sociolinguistica e falamos sobre Crioulo.
Sei que preciso de férias, mas que as vejo tão longe de mim... E também sei que amanhã vou de malas e bagagens, literalmente, acampar no Cais do Sodré há espera que passe um comboio que me leve por caridade até ao Estoril, porque para não variar há greve da CP, e o meu rapaz vai para a boa vida na praia (inveja) logo, não posso levar o carrinho. Temos de começar também a fazer greve de comprar passe.