E a minha professora de Fonética é uma delas.
Provavelmente eu sou uma das poucas pessoas naquela turma que nunca lhe faltou ao respeito, que a defendia quando falavam com ela de uma maneira que nem aos cães se fala, quando ela explicava uma coisa e quando ela perguntava algo as respostas eram risadas mesmo na cara dela.
A sério, gostava mesmo daquela professora. Parecia nossa avó, e eu adoro avós.
Mas hoje, falou-me com tão pouco ou nenhum respeito que perdi a minha total consideração por ela. Pior, é que depois de ter sido ferida por ela, ainda consegui fazer-lhe o meu tipico sorriso e dizer-lhe "Adeus professora!" como se a fosse ver na próxima semana e a palhaçada de gente sem miolos começasse novamente.
Não me parece que tenha culpa de "pensar em alentejano", coisa nada estranha porque sou de lá. As minhas vogais são mais nasaladas do que as das minhas colegas, e de vez em quando salta-me uma palavra ou outra com sotaque. Ao pensar na frase para transcrever, foi tiro e queda, a frase só me saí do pensamento em "alentejanês". Tive que a ler baixinho sozinha para conseguir fazer aquilo. E a única coisa que eu queria era ajuda, era um truque para ser mais fácil transcrever sons sem pensar no meu dialecto. Não queria um "Assim não dá! Vá diga lá" como se lhe devesse 5 contos de réis e um "A X também tem sotaque e não foi por isso que deixou de fazer!". Obrigada, eu também não deixei de fazer, fi-la com esforço mas fiz e sozinha. Mas há algo que eu deixei, ao certo, de fazer: Ter tanta consideração por si como tinha até hoje, por muito que me faça lembrar uma avó. E eu adoro avós.
Eu também gostava dela, e achava-a com ar de avózinha com superpoderes, mas ontem ficou-me atravessada. Eu a tentar ser querida para ela, e ela respondeu-me mal e olhou-me com aquele ar impaciente que também te deve ter feito.
ResponderEliminarE assim é impossível que não lhe percamos o respeito!