E é isto que eu sinto no fim do dia de hoje, depois de perceber e ser testemunha do tipo de pessoas que têm a minha profissão, uma profissão que requer exactamente o mesmo do que todas as todas, mas acima de tudo um respeito mútuo e uma sensibilidade extrema.
Foi exactamente o que eu não vi hoje, numa profissonal de excelência (digo de excelência, porque apenas os profissionais de excelência dão aulas em universidades).
Sempre defendi que os Terapeutas da Fala precisam de se unir para conseguir criar uma Ordem, para conseguir construir mais metodologias de intervenção, mais métodos de avaliação, para em conjunto colocarem o paciente, a pessoa que nos pede ajuda, a pessoa que nos entra pelo consultório a dentro com um problema, sempre em primeiro lugar. Pois então, não é atacando os alunos de outra Universidade, que por sinal é uma Universidade de prestígio, que uma professora promove a união entre profissionais/alunos, e também não acredito que seja assim que ensine os seus alunos a serem os melhores Terapeutas da Fala possíveis.
Também defendo que somos o espelho dos nossos professores: somos aquilo que eles nos transmitem, somos aquilo que eles nos dão e nos ensinam. Pergunto-me então se dali sairão boas Terapeutas, capazes de respeitar o paciente e de o colocar no topo da pirâmide.
A desilusão pelo facto de haver tanta hipocrisia no meio de uma profissão tão fascinante como a nossa, arrasou comigo hoje.
Parte II
Supostamente, o Terapeuta da Fala não deverá dar erros gramaticais nem em discurso espontâneo. Toda a gente se engana, toda a gente tem um lapso que deixa passar por completo num power point, toda gente bloqueia a meio de uma apresentação, eu por exemplo não digo "vintinove" como toda a gente dita normal, mas sim "vintenove". Mas tenho para mim que, quando fazemos uma apresentação a um auditório praticamente cheio de Terapeutas e futuros Terapeutas da Fala, devemos rever, e voltar a rever, e rever ainda mais. Para além disso, devemos ter o cuidado de preparar um discurso coerente para apresentar ao público. Tudo isto com muito mais rigor do que uma simples apresentação feita para uma determinada cadeira.
Coisas como "alcançe", "poplução", "descobrido", "prontos", "pronto" 14 vezes na apresentação de 18 slides, enquanto apresenta vira-se para o lado e fala com a colega, e recomeça a apresentação, e pára novamente, são coisas totalmente inaceitáveis, principalmente para Terapeutas da Fala.
Não vão dizer aos miúdos "Olha, vamos jogar à Macaca Descobrida!", pois não?
P.S. Havia um trabalho de 4ºano apresentado hoje, muito parecido com um que fiz no ano passado para a cadeira de Fonologia, no 1ºano. Ooops... Disse bem não disse? 1ºano... 4ºano... Sim é isso. Nada de dificuldades :)
Também fiquei ali com um nó na garganta e no estômago, não estava mesmo nada à espera daquilo.
ResponderEliminarÉ que, além de ter sentido exactamente isso que aí descreveste, ainda acresceu o facto de ser algo ligado ao Filipe, que é simplesmente das melhores pessoas e potencial grande Terapeuta que aquela faculdade tem.
Fez-me uma impressão tremenda estar ali aquelas horas.