(Thy mania by I - Ibn Taymiyyah)
A derradeira.
Voltou a avaliar o enigma. Em boa verdade, as letras da charada e do nome coincidiam todas. Todas. A excepção era o maldito terceiro y. Onde diabo errara? Cravou os olhos nos dois y da charada, como se a intensidade do olhar pudesse arrancar o segredo que ela escondia. E se... e se... e se a ortografia fosse diferente? Caramba, porque não? Lembrou-se nesse instante que a caligrafia árabe não estava uniformizada na referência a Ibn Taymiyyah e que certos textos usavam esse nome com apenas dois...
"Oh, Deus, vamos morrer!"
00:04
O tempo esgotara-se.Com os dedos a tremer, Tomás agarrou-se ao teclado e, em desespero de causa, escreveu Ibn Taymiyah com dois y em vez de três. Podia estar errado, mas já não tinha nada a perder. A seguir carregou no enter e cerrou os olhos com força. Embora não fosse um homem religioso, benzeu-se às cegas e entregou o destino à providência, resignando-se enfim à morte.
O tempo congelou.
Congelou.
Congelou tanto que se eternizou. Como nada parecia acontecer, o historiador abriu um olho e, a medo, espreitou o mostrador.
00:01
00:01
00:01
O relógio parara.Fúria Divina, José Rodrigues dos Santos
Sem comentários:
Enviar um comentário