sexta-feira, 29 de julho de 2011

Odisseia

    
     Penélope, do alto das escadas, seguia a luta ansiosamente. Ela ainda não sabia quem era aquele valente que lutava assim por ela, mas pressentia-o. Custava-lhe a acreditar tamanha felicidade, tão habituada estava já ao sofrimento e à espera desesperada. Mas tinha de ser Ulisses, tinha de ser ele! Só ele lutaria assim desta maneira por amor dela!
     E depois era já o povo todo que acorria e rebentava mesmo as portas, entusiasmado.
     Era o povo que o queria ver, ajudar, lutar ao seu lado.
     E depois era Telémaco, orgulhoso de seu pai e de si próprio.
     E depois era Penélope que Ulisses abraçava para nunca mais deixar.
     E depois era uma história
                      de um herói de mil façanhas
                      chamado U L I S S E S
que viveu aventuras e desventuras e aventuras e desventuras e aventuras por terras e por mares desconhecidos.
     Tão grandes foram essas suas aventuras e desventuras, que ele teve de as continuar vivendo dentro de si próprio, contente por assim ir navegando na grande e inesperada aventura de se sentir feliz.

Ulisses, Maria Alberta Menéres

terça-feira, 26 de julho de 2011

6AYHAS1HA8RU



(Thy mania by I - Ibn Taymiyyah)

       A derradeira.
       Voltou a avaliar o enigma. Em boa verdade, as letras da charada e do nome coincidiam todas. Todas. A excepção era o maldito terceiro y. Onde diabo errara? Cravou os olhos nos dois y da charada, como se a intensidade do olhar pudesse arrancar o segredo que ela escondia. E se... e se... e se a ortografia fosse diferente? Caramba, porque não? Lembrou-se nesse instante que a caligrafia árabe não estava uniformizada na referência a Ibn Taymiyyah e que certos textos usavam esse nome com apenas dois...
       "Oh, Deus, vamos morrer!"
00:04
       O tempo esgotara-se.
       Com os dedos a tremer, Tomás agarrou-se ao teclado e, em desespero de causa, escreveu Ibn Taymiyah com dois y em vez de três. Podia estar errado, mas já não tinha nada a perder. A seguir carregou no enter e cerrou os olhos com força. Embora não fosse um homem religioso, benzeu-se às cegas e entregou o destino à providência, resignando-se enfim à morte.
       O tempo congelou.
       Congelou.
       Congelou tanto que se eternizou. Como nada parecia acontecer, o historiador abriu um olho e, a medo, espreitou o mostrador.
00:01
00:01
00:01
       O relógio parara.

Fúria Divina, José Rodrigues dos Santos

Brindo a nós, brindo aos Avós

E eu tenho muitos a quem brindar. Tenho os de sangue e os do coração. Ao todo são 8. Uns são tios-avós, e os outros são 2 avós, 1 avô, e 1 bisavó (a avózinha).
Por isso, achei que a melhor prenda que lhes poderia dar era estar cá em casa, e encher-lhe as bochechas enrrugadas, mas macias, de beijos, e receber uma gargalhada em jeito de sorriso de volta.
Quem tem avós, tem tudo. E nisso, eu sou uma das pessoas mais sortudas do mundo, por ter sido criada por gente tão boa, tão genuína, tão bonita!

A todos os meus avós, e a todos os bons avós.

Com amor,
Lili =)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Simple things

Há uma coisa que não me sai da cabeça, faça eu o que fizer: estou com uma dificuldade enorme em fazer as cadeiras que não têm praticamente nada a ver com a Terapia da Fala, mas as que têm fi-las todas e as notas não foram nada más. Conclusão: sou burra mas vou ser uma boa profissional, é isso?
Entretanto a minha cabeça, nas poucas horas de descanso, não pára de magicar material para fazer para os miúdos, farto-me de fazer esboços para depois pôr em prática.
Este fim-de-semana fui sair, que a minha cabeça já não podia mais com DPOC's, Asmas, Obesidades, Sistema Nervoso e afins. Não vale a pena estar cá coisas, que onde eu me divirto mesmo é a sair na minha terra, sem apertões enquanto se dança, encontrando pessoas conhecidas e pondo a conversa em dia com o pessoal. É bom e faz bem à alma.
E agora, Seeley, anda cá meu amor!

P.S. Porque é que eu não consigo comentar os blogues fofinhos das minhas colegas amorosas? Não acho bem.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Awesome!

As pessoas querem milagres. Mas milagres não existem. Nem mesmo em sítios onde fazem supostos "milagres". Querem milagres vão à igreja e agarrem-se à imagem da virgem santíssima que até filhos tem, de tão virgem que é.

Bolas, tenho que aprender a controlar esta minha furiazinha quando as pessoas querem milagres, não vá aparecer-me o pai de um puto ou a esposa de um senhor com uma afasia e saltar-me de repente um "Olhe eu não faço milagres. Procure uma terapeuta que os faça." Não era bonito...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Livros. Praia. Donuts. Drum'n'bass. Seat Ibiza. Apontamentos. Pequeno T2. 
Neste momento a minha vida resume-se a isto, mal e porcamente, mas resume-se a isto.