terça-feira, 27 de setembro de 2011

A tristeza e a desilusão juntas originam uma dor sufocante

Parte I

E é isto que eu sinto no fim do dia de hoje, depois de perceber e ser testemunha do tipo de pessoas que têm a minha profissão, uma profissão que requer exactamente o mesmo do que todas as todas, mas acima de tudo um respeito mútuo e uma sensibilidade extrema.
Foi exactamente o que eu não vi hoje, numa profissonal de excelência (digo de excelência, porque apenas os profissionais de excelência dão aulas em universidades).
Sempre defendi que os Terapeutas da Fala precisam de se unir para conseguir criar uma Ordem, para conseguir construir mais metodologias de intervenção, mais métodos de avaliação, para em conjunto colocarem o paciente, a pessoa que nos pede ajuda, a pessoa que nos entra pelo consultório a dentro com um problema, sempre em primeiro lugar. Pois então, não  é atacando os alunos de outra Universidade, que por sinal é uma Universidade de prestígio, que uma professora promove a união entre profissionais/alunos, e também não acredito que seja assim que ensine os seus alunos a serem os melhores Terapeutas da Fala possíveis.
Também defendo que somos o espelho dos nossos professores: somos aquilo que eles nos transmitem, somos aquilo que eles nos dão e nos ensinam. Pergunto-me então se dali sairão boas Terapeutas, capazes de respeitar o paciente e de o colocar no topo da pirâmide.
A desilusão pelo facto de haver tanta hipocrisia no meio de uma profissão tão fascinante como a nossa, arrasou comigo hoje.

Parte II

Supostamente, o Terapeuta da Fala não deverá dar erros gramaticais nem em discurso espontâneo. Toda a gente se engana, toda a gente tem um lapso que deixa passar por completo num power point, toda gente bloqueia a meio de uma apresentação, eu por exemplo não digo "vintinove" como toda a gente dita normal, mas sim "vintenove". Mas tenho para mim que, quando fazemos uma apresentação a um auditório praticamente cheio de Terapeutas e futuros Terapeutas da Fala, devemos rever, e voltar a rever, e rever ainda mais. Para além disso, devemos ter o cuidado de preparar um discurso coerente para apresentar ao público. Tudo isto com muito mais rigor do que uma simples apresentação feita para uma determinada cadeira.
Coisas como "alcançe", "poplução", "descobrido", "prontos", "pronto" 14 vezes na apresentação de 18 slides,  enquanto apresenta vira-se para o lado e fala com a colega, e recomeça a apresentação, e pára novamente, são coisas totalmente inaceitáveis, principalmente para Terapeutas da Fala.
Não vão dizer aos miúdos "Olha, vamos jogar à Macaca Descobrida!", pois não?

P.S. Havia um trabalho de 4ºano apresentado hoje, muito parecido com um que fiz no ano passado para a cadeira de Fonologia, no 1ºano. Ooops... Disse bem não disse? 1ºano... 4ºano... Sim é isso. Nada de dificuldades :) 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

We're back

E eu gosto. Gosto muito.
Cheira-me que este ano vai ser fascinante! Temos um montão de estágios, na próxima semana vamos a um Seminário na Caparica, e já andamos metidas com gagos! Já para não falar do facto de "levarmos a voz ao ginásio" em Técnica Vocal.
Pronto. Temos a melhor profissão do mundo e aos poucos vamo-nos dando conta disso.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Meu Amor,

Escrevo-te por aqui, porque percebi que não fazia mais sentido ter-te num mundo à parte (diga-se A Dedicatória ao Saramago), não querendo com isto dizer que não passe por lá de vez em quando.
À muito que fazes parte da minha vida, e por aqui, fala-se um pouco da mesma. Por isso estás bem aqui, no meu mundo.





Whenever I say your name, Sting


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Meninice

Desde cedo, o meu pai fez questão de me comprar uma bicicleta daquelas com rodinhas, para que eu começasse a ter gosto em andar as tardes todas naquilo. Não demorei muito tempo a aprender a andar só com duas rodas. Um dia, o meu pai tirou as rodinhas, lá fui eu toda contente andar na minha bicicleta cor-de-rosa com uma campainha que fazia triiim triiim, mas o meu pai continuava a agarrar-me no banco, até que, sem eu perceber bem como, já estava a andar sozinha e ele a ver de longe.
Depois vieram as experiências, andar só com uma mão, depois sem nenhuma, andar de pé, andar de pé com uma perna em cima do assento...
Sempre adorei andar de bicicleta, mas desde que entrei para o liceu, deixei de ter o mesmo gosto que tinha antigamente (maldita adolescência, só queremos saber de coisas que não interessam nem ao menino Jesus).
Agora, queria mesmo ter uma daquelas bicicletas com o cestinho à frente. Gostava que fosse amarela. Gostava de dar um passeio à beira rio todos os dias ao anoitecer. Não precisava de ter uma campainha para fazer triim triim.
Mas sinceramente, vou ter de esperar mais uns aninhos, até mudar para uma casa num 1ºandar ou com elevador, porque não me estou a ver a carregar com a bicicleta até ao 3ºandar todos os dias, e para a ter no Alentejo, mais vale nem a comprar, porque só lá estou aos fins-de-semana, e aí é para estudar que o tempo é escasso.
Um dia vou ter uma bicicleta com cestinho à frente. Ahh, se vou!